Delfim Moreira da
Costa Ribeiro (1868 – 1920) nasceu
em Minas Gerais na pequena cidade
chamada Cristina no dia 7 de novembro de 1868. Filho de uma portuguesa
com um brasileiro iniciou os estudos no Seminário de Mariana, aproximadamente
450 km de distância de sua cidade natal. Foi para São Paulo e cursou Direito na
Faculdade de Direito de São Paulo, diplomando-se no ano de 1890. Começou sua
carreira trabalhando como promotor público nas cidades de Santa Rita do Sapucaí
e Pouso Alegre, ambas no estado de Minas. A carreira política teve início
através de um mandato para o cargo de vereador.
Defensor dos princípios
republicanos, Moreira teve parte na fundação dos jornais “República Mineira” e
“Vinte e um de abril”. Faz parte da conhecida geração de Republicanos
históricos que saíram das salas de aula do Largo São Francisco. Formou-se em 1890 e, um ano depois, casou-se
com a prima Francisca Ribeiro de Abreu, com quem teve seis filhos.
Delfim Moreira fazia parte de
uma geração de republicanos históricos, foi angariando cargos políticos cada
vez maiores. Já em 1894 foi nomeado secretário do interior de Minas Gerais,
ocupando o posto até 1902. Foi também governador do estado de Minas Gerais
entre 1914 e 1918. Ainda em 1908 chegou à Câmara Federal, mas renunciou
preferindo ficar na secretaria do interior.
Após o governo de Venceslau
Brás, integrou a chapa de Rodrigues Alves na disputa eleitoral pela presidência
na posição de pleiteante à vice-presidência. Entretanto, nos últimos anos do
governo de Venceslau Brás uma grave epidemia de “Gripe Espanhola” assolou a
população brasileira, aproximadamente 15 mil pessoas morreram no território
brasileiro, sendo que um dos infectados foi justamente o candidato à
presidência Rodrigues Alves. A chapa de Rodrigues Alves e Delfim Moreira saiu
vitoriosa no pleito eleitoral, mas o primeiro acabou falecendo e não
desempenhou nada na função de presidente. Em lugar do presidente falecido
assumiu o seu vice, Delfim Moreira. Este ficou no cargo até que novas eleições
fossem convocadas, pois a constituição da época não permitia que o vice
assumisse antes de se passar dois anos do mandato eleitoral.
Assim, Delfim Moreira governou
o país entre 15 de novembro de 1918 e 28 de julho de 1919, sempre tendo em
mente que um novo processo eleitoral encerraria brevemente o mandato. Mesmo assim,
desempenhou sua função tomando as ações possíveis. Seu pequeno mandato
enfrentou sérios problemas sociais combatendo várias greves gerais no Brasil.
Além disso, reformou a administração no estado do Acre, republicou o Código
Civil Brasileiro com correções do texto publicado em 1916 e decretou a
intervenção no estado de Goiás.
Na Conferência de Paz ocorrida
em Paris em 1919 foi Delfim Moreira que fez o Brasil ser representado enviando
o Senador Epitácio Pessoa, o qual era candidato na disputa eleitoral para
presidência contra Ruy Barbosa. Epitácio Pessoa foi eleito no dia 13 de maio do
mesmo ano, enquanto estava ainda em Paris. Quando retornou ao Brasil recebeu de
Delfim Moreira o cargo de presidente, levando novamente Delfim Moreira para a
vice-presidência.
Durante todo o curto mandato
desenvolvendo a função de presidente, Delfim Moreira esteve acometido por uma
doença que o deixava desconcentrado e desligado de suas tarefas. Na prática era
o ministro Afrânio de Melo Franco quem tomava as decisões do governo. Mais
tarde a doença o fez se recolher em Santa Rita do Sapucaí e por lá acabou
falecendo no dia primeiro de julho de 1920, sem completar também o mandato de
vice-presidente, com 84 anos de idade.. Então uma nova eleição para preencher o
cargo foi convocada e nela saiu vitorioso o Senador mineiro Francisco Álvaro
Bueno de Paiva.
. Foi descrito por parentes,
amigos e jornalistas como um presidente íntegro, supersticioso e avesso aos
protocolos. Delfim Moreira foi homenageado com uma cidade em Minas Gerais que
leva o seu nome.
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