terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Floriano Peixoto (1839 – 1895)

Floriano Vieira Peixoto (1839 – 1895) nasceu em Maceió no dia 30 de abril de 1839. Filho de lavradores pobres, foi criado pelo tio e padrinho, o coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Cursou o primário em Maceió e aos 16 anos foi para o Colégio São Pedro de Alcântara no Rio de Janeiro. Ingressou na Escola Militar em 1861, e em 1863 recebeu a patente de Primeiro- Tenente.
No exército teve grande destaque, especialmente na Guerra do Paraguai da qual participou até o desfecho, em Cerro Corá, trazendo como lembrança a manta do cavalo do líder maior dos paraguaios, Solano López.
De volta ao Brasil após a guerra, renunciou ao nome Vieira, assinando apenas o nome Floriano Peixoto. Foi inspetor de fronteiras em Mato Grosso em 1870, comandante de um batalhão no Amazonas, inspetor de obras militares em Alagoas em 1873, diretor do arsenal de guerra de Pernambuco, em 1878, inspetor militar geral em Alagoas em 1881, brigadeiro e comandante-das-armas no Amazonas em 1883 e comandante-das-armas em Pernambuco em 1884.  Era casado com sua prima Josina Peixoto e filiado ao Partido Liberal, que comandou o governo imperial entre os anos 1878 a 1885. Em 1885, quando o Partido Conservador voltou a comandar o governo, Floriano solicitou licença do Exército e voltou à sua terra natal para administrar seus dois engenhos.   Em junho de 1889, com a nomeação do Visconde de Ouro Preto para a presidência do Conselho de Ministros, Floriano foi nomeado pelo Visconde como ajudante-geral do Exército e depois foi promovido a marechal-de-campo.Descrição: blog wordpress
Quando teve início o movimento que decretou o fim do período imperial e início do republicano Brasil, Floriano ocupava o posto de ajudante-general-de-campo, estando abaixo somente do ministro do Exército, o visconde de Ouro Preto. Embora tenha se recusado a fazer  parte da conspiração, não se dispôs a combater as tropas republicanas rebeladas. No término da Monarquia, Floriano Peixoto exercia o posto de Major-General do Exército.
 Com a proclamação da República, ocupou o Ministério da Guerra, em 1890, e foi eleito vice-presidente de Deodoro da Fonseca no ano seguinte. Com a renúncia de Deodoro, assumiu a Presidência se tornando o segundo presidente da história republicana brasileira, na chamada Primeira República, período que se estende de 1889 à 1930. Ficou no poder de 23 de novembro de 1891 até 15 de novembro de 1894.
"Proclamação da República", 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927) (Imagem: Wikipedia Commons)
“Proclamação da República”, 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927)
 Como dito, Floriano era o vice-presidente quando assumiu a chefia da nação, depois da renúncia de Deodoro da Fonseca. Essa atitude desencadeou várias manifestações, uma vez que a Constituição determinava nova eleição. Floriano argumentava que tal dispositivo aplicava-se apenas aos governantes eleitos pelo voto direto, o que não era seu caso.[1] Graves revoltas contrárias ao governo fizeram Floriano destituir vários chefes de Estado. O clima de instabilidade tomou conta do país até o fim de seu mandato.
Bastante hábil, consegue articular em torno de si o apoio dos republicanos. Seu autoritarismo, sua política marcada por medidas populares e por ambições modernistas agradou aos radicais e aos positivistas.
Apesar do apoio de membros de vários setores da sociedade, surgiram as primeiras manifestações de opositores que argumentavam que pela Constituição, o vice só poderia assumir o cargo de presidente no caso de impedimento ou morte. Vários movimentos surgiram em oposição ao novo governo. Para enfrentar as dificuldades, Floriano contou com o apoio do Exército, do Partido Republicano Paulista e da população do Rio de Janeiro, principalmente da população mais pobre que aprovou medidas populares tomadas pelo governo que, usando da força, baixou o aluguel das casas e o preço de vários produtos de primeiras necessidades.
Floriano Peixoto teve que travar ferrenha luta para se manter no cargo, enquanto se discutia a legitimidade do seu mandato.
 Em janeiro de 1892, as Fortalezas da Santa Cruz e Lage rebelaram-se, sob o comando do Sargento Silvino de Macedo, mas foi logo sufocado pelas forças legalistas. Em março veio o manifesto dos 13 generais exigindo eleições. Floriano mandou prender todos.
Agravando a situação do governo, desencadeou-se no Rio Grande do Sul a Revolta Federalista que envolvia os chefes locais, tendo de um lado os federalistas, que tinham o apoio da Marinha, rebelada contra o Presidente, e de outros republicanos que recebiam o apoio de Floriano. Em 1893, a força naval passou de oposição à rebelião aberta. Navios de guerra ameaçavam atacar o Rio de Janeiro, exigindo a renúncia de Floriano. O governo resistiu e no fim do mandato a rebelião estava praticamente liquidada. Floriano venceu os inimigos do governo e da República. Em 1895, estabeleceu-se um acordo com a promessa de que a Constituição seria revisada.
Floriano ficou conhecido como Marechal de Ferro por ter combatido, na presidência, duas importantes rebeliões: a Revolta da Armada e a Revolução Federalista, iniciada no Rio Grande do Sul.
Já conhecido como o “Marechal de Ferro”, por ter enfrentado e sufocado a Revolta da Armada e a Revolução Federalista, recebeu ainda o apelido de “O Consolidador da República”. Seu governo definiu-se com o respeito à Constituição, quando entregou a presidência ao Dr. Prudente de Morais, eleito no dia 15 de novembro de 1894.  Com a saúde frágil, retirou-se para uma de suas fazendas, em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, afastando-se definitivamente da vida pública. Faleceu no dia 29 de julho de 1895. Seus funerais foram realizados no Rio de Janeiro, acompanhados por multidão. Descrição: blog wordpress
Em sua homenagem, o governador catarinense Hercílio Luz decretou a mudança de nome da capital, de Desterro para Florianópolis, em 1º de outubro de 1894.

http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/floriano-peixoto/biografia
http://www.e-biografias.net/floriano_peixoto/




[1] As primeiras eleições da República foram decididas pelo voto indireto. 

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