quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Deodoro da Fonseca (1827-1892)

Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892) nasceu na cidade de Alagoas, hoje Deodoro, no Estado de Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827. Era filho do militar e membro do Partido Conservador Manuel Mendes da Fonseca e Rosa Maria Paulina da Fonseca. Deodoro tinha duas irmãs e sete irmãos, três dos quais morreram na Guerra do Paraguai: o alferes Afonso Aurélio da Fonseca, o capitão Hipólito Mendes da Fonseca, e o major Eduardo Emiliano da Fonseca.
Deodoro da Fonseca ingressou em 1843 na Escola Militar do Rio de Janeiro, completando seu curso de artilharia no ano de 1848. No ano seguinte passou a integrar as tropas das forças armadas brasileiras, participando do combate à Revolta Praieira em Pernambuco e mais tarde da Guerra da Cisplatina e da Guerra do Paraguai.
Destacou-se dos demais pela sua conduta nos campos de batalhas e pela sua determinação nas atividades militares, o que fez com que ganhasse prestígio e reconhecimento, crescendo no meio militar. Em 1868 assumiu o posto de coronel, em 1874, chegou ao posto de Brigadeiro e em 1884, assumiu o posto de Marechal. Em 1885 foi nomeado chefe das forças armadas do Rio Grande do Sul, e no mesmo ano iniciou sua carreira política, assumindo o cargo de presidente da província do Rio Grande do Sul.
Deodoro também foi presidente da província do Mato Grosso, por indicação de D. Pedro II, além de ter sido governador da Bahia e comandante-de-armas das províncias da Bahia e do Pará. Deodoro da Fonseca casou-se no dia 16 de abril de 1860, com Maria Cecília de Souza Meireles. O casal não teve filhos, mas seu sobrinho Hermes da Fonseca, era considerado como filho do casal. Hermes da Fonseca se tornaria o 12º presidente do Brasil.
O Ideal Republicano já havia se instalado no Brasil com vários movimentos, tanto nas colônias com a Guerra dos Mascates, em Pernambuco, e na Inconfidência Mineira, como também no Império com a Confederação do Equador e a Guerra dos Farrapos. Mas foi com a Guerra do Paraguai que o Movimento Republicano se fortaleceu. O Marechal Deodoro da Fonseca foi convidado para chefiar esse movimento, que reunia militares e fazendeiros do oeste paulista. Deodoro aceitou a chefia do movimento em 11 de novembro de 1889, quando se reuniram em sua casa, Quintino Bocaiuva, Aristides Lobo, Rui Barbosa, Francisco Glicério (líderes republicanos civis) e os militares Benjamin Constant e Sólon Ribeiro.
No dia 14 de novembro, com o objetivo de agitar os meios militares, o Major Sólon espalhou o boato de que o visconde de Ouro Preto havia decretado a prisão de Deodoro da Fonseca e Benjamin Constante. Em face desses boatos, os revoltosos ocuparam o quartel-general do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o Ministério e prenderam Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto.
No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, decretou a proclamação da República brasileira, provocando a queda do Governo Imperial. O militar assumiu imediatamente o governo provisório do país, devendo permanecer no cargo até que fosse elaborada uma nova Constituição. Uma curiosidade a respeito do dia 15 de novembro de 1889 pode ser destacada.
Ao proclamar a República Deodoro da Fonseca estava com um ataque de dispneia, que é dificuldade para respirar. Esse é um sintoma muito comum em pessoas com doenças dos aparelhos respiratório e cardiovascular. Deodoro da Fonseca foi tirado da cama no meio da noite para comandar o cerco ao Ministério. Inclusive, foi sem a espada porque seu ventre estava muito dolorido. 
No dia seguinte à proclamação o primeiro Ministério da República foi formado e as primeiras medidas estabelecidas. No dia 21 de dezembro de 1889, foi convocada a Assembleia Constituinte, que deveria elaborar a primeira Constituição da República Brasileira. No dia 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira Constituição Republicana.
Como governante provisório Deodoro já teve que enfrentar sérios problemas. Sua conduta não satisfez os ministros nomeados por ele mesmo, o que gerou alguns conflitos tanto com seus seguidores, quanto com as forças civis do país.  Mesmo assim, no dia 25 de fevereiro de 1891, Deodoro da Fonseca foi eleito pelo Congresso Nacional para o cargo de presidente da República, sendo que Floriano Peixoto ocupou o cargo de vice-presidente. A eleição, contudo, foi indireta, e ele foi escolhido pelas forças militares. As perturbações e os incômodos causados pelo seu governo continuaram, pois apesar de ter instituído no país diversas melhorias, perdeu completamente as forças ao extinguir o Congresso, em Novembro de 1891, decisão que provocou uma reação violenta.
Perdeu o apoio do exército e teve de ceder à resistência, que era liderada pelo seu vice-presidente, Floriano Peixoto, situação que o obrigou a renunciar à presidência no dia 23 de novembro de 1891. Mesmo depois de abandonar a presidência continuou a morar no Rio de Janeiro. 
Cédula com o busto de Deodoro da Fonseca.
Antes de morrer, o Marechal pediu para ser enterrado com trajes civis, mas seu pedido não foi atendido. No dia 23 de outubro de 1892, Deodoro da Fonseca faleceu em decorrência de dificuldades respiratórias (forte crise de dispneia) e seu sepultamento foi realizado com todas as pompas militares.
Até hoje é um nome muito conhecido, tendo se tornado um ícone da Proclamação da República. Chegou a ter seu rosto estampado em notas e moedas brasileiras e ser homenageado com diversos monumentos e placas pelo país. Foi enterrado no Cemitério do Caju, mas teve seus restos mortais exumados e levados para um monumento-túmulo na Praça Paris, no Rio de Janeiro.





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