segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Rodrigues Alves (1848-1919)

Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848-1919) nasceu na Fazenda do Pinheiro Velho, Guaratinguetá, São Paulo, no dia 7 de julho de 1848. Filho do português Domingos Rodrigues Alves e Isabel Perpetua de Martins, filha de fazendeiros da região. Iniciou seus estudos em Guaratinguetá e em 1859 ingressa no internato da Escola Imperial D. Pedro II. Aluno exemplar, tirava nota máxima em todas as matérias. Em 1866 ingressa na Faculdade de Direito de São Paulo. Participava ativamente da vida acadêmica, era redator-chefe do jornal e orador do Núcleo Jurídico. Recebeu da Princesa Isabel o título de "Conselheiro do Império" Fundou a Faculdade de Medicina de São Paulo. Foi deputado provincial, deputado geral e Ministro da Fazenda.
Em 1870, já formado, funda junto com Rui Barbosa e Luiz Gama, a Fraternidade Primavera, associação abolicionista para advogar causas dos escravos. Em novembro desse mesmo ano, entra para o partido A Opinião Conservadora. Exerce as funções de promotor de justiça e juiz municipal em Guaratinguetá. É eleito deputado provincial para a Assembléia Legislativa paulista, exerce o cargo entre 1872 e 1975. No dia 11 de setembro de 1875, casa-se com sua prima Ana Guilhermina de Oliveira Borges. Com a sogra e o irmão cria uma firma destinada à expansão da cultura cafeeira.
Entre 1878 e 1879, exerce o segunda mandato na Assembléia paulista. Terminada a legislatura, volta para Guaratinguetá. Em 1885 é eleito deputado geral. Em 1887 é nomeado presidente de São Paulo, onde permanece até 1889. Pelos relevantes serviços prestados ao Império, recebe da Princesa Isabel, então regente, o título de Conselheiro. Entre os anos de 1888 e 1889, exerce novamente o cargo de deputado provincial.
Rodrigues Alves é chamado para assumir a pasta da Fazenda e segue para o Rio de Janeiro. Nessa época morre sua esposa, deixando oito filhos. Em 1892, pede demissão do cargo, mas depois de dois anos, retorna ao cargo, chamado pelo presidente Prudente de Morais. Em 1900 é eleito novamente presidente de São Paulo.
Em março de 1902 é eleito o terceiro presidente civil do Brasil. Durante seu governo, o Rio de Janeiro, capital do país, passa por um processo de modernização e urbanização. Para executar a tarefa, nomeou o engenheiro Pereira Passos prefeito da cidade, com plenos poderes para a implementação das reformas planejadas.
Assim, a infraestrutura do porto foi ampliada, os antigos quarteirões, fechados, empobrecidos e sujos, com seus cortiços, foram demolidos e seus moradores foram transferidos para a periferia, abrindo espaço para ruas mais largas e a construção de novas avenidas, com destaque para a abertura da avenida Central, atual avenida Rio Branco. Além das mudanças estéticas, novas posturas públicas foram adotadas, como a proibição do comércio ambulante e práticas como soltura de fogos de artifício, balões e criação de fogueiras.
Esse imenso investimento na remodelação da capital consumia sem dúvida, bastantes recursos. Nesse aspecto, porém, o governo de Rodrigues Alves estava devidamente amparado, pois seu governo dispunha de capital suficiente, devido ao auge do ciclo da borracha no Brasil. O país, na época, respondia sozinho por 97% da produção mundial.
Outro ponto de destaque na administração de Rodrigues Alves foi a saúde pública e o combate às epidemias de peste bubônica e febre amarela. Em 1904, a obrigatoriedade de vacinação contra a varíola levou a população carioca ao protesto nas ruas, num movimento que ficou conhecido como aRevolta da Vacina. Apesar da revolta popular, as doenças foram contidas, graças em grande parte à estratégia do cientista e médico Oswaldo Cruz.
Outro ponto importante foi a assinatura do Tratado de Petrópolis, que definiu os limites entre Brasil e a Bolívia, cabendo ao Brasil a posse do Acre. A Bolívia recebeu uma compensação no valor de dois milhões de libras esterlinas, além da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. O Barão do Rio Branco é nomeado para a pasta das Relações Exteriores.
Em 1906, com o fim do mandato, Rodrigues Alves volta para Guaratinguetá. Em seu último governo foi concluído o Convênio de Taubaté, a contra-gosto do próprio presidente. O convênio instituiu a proteção aos cafeicultores, cabendo ao governo central comprar as safras com recursos financeiros externos e estocá-las para vendê-las no momento oportuno.
No dia 1 de março de 1912, é pela terceira vez eleito presidente do Estado de São Paulo. Durante o mandato construiu escolas por todo o Estado e fundou a Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1918 é escolhido novamente para a Presidência do País, mas doente fica impedido de assumir o cargo. Francisco de Paula Rodrigues Alves, morre no Rio de Janeiro, dia 16 de janeiro de 1919.



Nenhum comentário:

Postar um comentário