Francisco de
Paula Rodrigues Alves (1848-1919) nasceu
na Fazenda do Pinheiro Velho, Guaratinguetá, São Paulo, no dia 7 de julho de
1848. Filho do português Domingos Rodrigues Alves e Isabel Perpetua de Martins,
filha de fazendeiros da região. Iniciou seus estudos em Guaratinguetá e em 1859
ingressa no internato da Escola Imperial D. Pedro II. Aluno exemplar, tirava
nota máxima em todas as matérias. Em 1866 ingressa na Faculdade de Direito de
São Paulo. Participava ativamente da vida acadêmica, era redator-chefe do
jornal e orador do Núcleo Jurídico. Recebeu da Princesa Isabel o título de
"Conselheiro do Império" Fundou a Faculdade de Medicina de São Paulo.
Foi deputado provincial, deputado geral e Ministro da Fazenda.
Em
1870, já formado, funda junto com Rui Barbosa e Luiz Gama, a Fraternidade
Primavera, associação abolicionista para advogar causas dos escravos. Em
novembro desse mesmo ano, entra para o partido A Opinião Conservadora. Exerce
as funções de promotor de justiça e juiz municipal em Guaratinguetá. É eleito
deputado provincial para a Assembléia Legislativa paulista, exerce o cargo
entre 1872 e 1975. No dia 11 de setembro de 1875, casa-se com sua prima Ana
Guilhermina de Oliveira Borges. Com a sogra e o irmão cria uma firma destinada
à expansão da cultura cafeeira.
Entre
1878 e 1879, exerce o segunda mandato na Assembléia paulista. Terminada a
legislatura, volta para Guaratinguetá. Em 1885 é eleito deputado geral. Em 1887
é nomeado presidente de São Paulo, onde permanece até 1889. Pelos relevantes
serviços prestados ao Império, recebe da Princesa Isabel, então regente, o título
de Conselheiro. Entre os anos de 1888 e 1889, exerce novamente o cargo de
deputado provincial.
Rodrigues
Alves é chamado para assumir a pasta da Fazenda e segue para o Rio de Janeiro.
Nessa época morre sua esposa, deixando oito filhos. Em 1892, pede demissão do
cargo, mas depois de dois anos, retorna ao cargo, chamado pelo presidente
Prudente de Morais. Em 1900 é eleito novamente presidente de São Paulo.
Em março de 1902 é eleito o
terceiro presidente civil do Brasil. Durante seu governo, o Rio de Janeiro,
capital do país, passa por um processo de modernização e urbanização. Para executar a tarefa, nomeou o engenheiro Pereira Passos
prefeito da cidade, com plenos poderes para a implementação das reformas
planejadas.
Assim, a
infraestrutura do porto foi ampliada, os antigos quarteirões, fechados,
empobrecidos e sujos, com seus cortiços, foram demolidos e seus moradores foram
transferidos para a periferia, abrindo espaço para ruas mais largas e a
construção de novas avenidas, com destaque para a abertura da avenida Central,
atual avenida Rio Branco. Além das mudanças estéticas, novas posturas públicas
foram adotadas, como a proibição do comércio ambulante e práticas como soltura
de fogos de artifício, balões e criação de fogueiras.
Esse imenso investimento
na remodelação da capital consumia sem dúvida, bastantes recursos. Nesse
aspecto, porém, o governo de Rodrigues Alves estava devidamente amparado, pois
seu governo dispunha de capital suficiente, devido ao auge do ciclo da borracha no Brasil. O país, na época, respondia
sozinho por 97% da produção mundial.
Outro ponto de
destaque na administração de Rodrigues Alves foi a saúde pública e o combate às
epidemias de peste bubônica e febre amarela.
Em 1904, a obrigatoriedade de vacinação contra a varíola levou a população carioca ao protesto
nas ruas, num movimento que ficou conhecido como aRevolta da Vacina. Apesar da revolta popular,
as doenças foram contidas, graças em grande parte à estratégia do cientista e
médico Oswaldo Cruz.
Outro ponto
importante foi a assinatura do Tratado de Petrópolis, que definiu os limites
entre Brasil e a Bolívia, cabendo ao Brasil a posse do Acre. A Bolívia recebeu
uma compensação no valor de dois milhões de libras esterlinas, além da
construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. O Barão do Rio Branco é nomeado
para a pasta das Relações Exteriores.
Em 1906, com o fim do mandato,
Rodrigues Alves volta para Guaratinguetá. Em seu
último governo foi concluído o Convênio de Taubaté, a contra-gosto do próprio
presidente. O convênio instituiu a proteção aos cafeicultores, cabendo ao
governo central comprar as safras com recursos financeiros externos e
estocá-las para vendê-las no momento oportuno.
No dia 1 de março de 1912, é
pela terceira vez eleito presidente do Estado de São Paulo. Durante o mandato
construiu escolas por todo o Estado e fundou a Faculdade de Direito de São
Paulo. Em 1918 é escolhido novamente para a Presidência do País, mas doente
fica impedido de assumir o cargo. Francisco de Paula Rodrigues Alves, morre no
Rio de Janeiro, dia 16 de janeiro de 1919.
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