segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Afonso Pena (1847 – 1909)

Afonso Augusto Moreira Pena (1847 – 1909) nasceu em Santa Bárbara, Minas Gerais, no dia 30 de novembro de 1847, filho do imigrante português Domingos José Teixeira Pena e da brasileira Ana Moreira dos Santos. Diplomado em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870, Afonso Pena foi um dos fundadores e diretor, em 1892, da "Faculdade Livre de Direito" de Minas Gerais, atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Exerceu o mandato de deputado pelo estado de Minas Gerais, em 1874.
Foi presidente do Banco do Brasil no período de outubro de 1895 a novembro de 1898.Nos anos seguintes, enquanto se mantinha como deputado, também ocupou alguns ministérios: da Guerra (1882), da Agricultura, Comércio e Obras Públicas (1883 e 1884), e da Justiça (1885). Afonso Pena e Rodrigues Alves, seu colega de faculdade, foram os dois presidentes da república que foram antes conselheiros do Império do Brasil.É o único membro do Gabinete Imperial de Dom Pedro II que se tornou Presidente da República do Brasil.
Afonso Pena presidiu a seguir a Assembleia Constituinte de Minas Gerais, nos primeiros anos da república. Foi governador do estado de Minas Gerais entre 1892 e 1894, sendo o primeiro governador de Minas Gerais a ser eleito pelo voto direto. Foi durante seu governo que se decidiu pela mudança da capital do estado, de Ouro Preto para a Freguesia do Curral d'El Rei, hoje Belo Horizonte. Foi senador pelo estado de Minas Gerais.
Em 15 de novembro de 1903, Rodrigues Alves foi eleito presidente da República tendo Francisco Silviano de Almeida Brandão como seu vice-presidente. Silviano Brandão faleceu em setembro de 1902, antes de sua posse. Para ocupar seu lugar, Afonso Pena foi eleito vice-presidente, em 18 de março de 1903, e, empossado na vice presidência, em 23 de junho de 1903.
Afonso Pena foi eleito presidente da república, em 1 de março de 1906, obtendo a quase totalidade de votos. Obteve 288 285 votos contra 4 865 votos de Lauro Sodré e 207 votos de Rui Barbosa. Nilo Peçanha foi eleito, na mesma data, seu vice-presidente. O governo de Afonso Pena deu prosseguimento à hegemonia das oligarquias no Brasil, sendo este, o quarto governo civil do período republicano. Antes de ocupar o mais alto posto político do país, assumiu outros cargos políticos como deputado, presidente estadual, senador e vice-presidente da república. Apesar de propor um projeto de governo amplo, a administração de Afonso Pena esteve profundamente comprometida aos interesses dos cafeicultores.
Sua chegada ao poder foi possível por meio de um compromisso político em que garantia concentrar esforços para que as medidas do Convênio de Taubaté fossem cumpridas. Em meio às constantes variações do mercado externo, o presidente tentou combater a superprodução cafeeira adotando medidas drásticas que retiravam milhares de sacas de café do mercado, à espera de uma possível valorização do produto.
Dessa forma, o governo enfrentou os obstáculos de uma economia frágil e dependente. No setor industrial, o seu governo buscou realizar alguns tímidos investimentos em uma área da economia restringida pela hegemonia oligárquica. Nesse ponto, o presidente realizou um aumento das taxas alfandegárias que beneficiava o processo de ampliação dos mercados consumidores da ainda nascente indústria nacional. Paralelamente, o governo Afonso Pena investiu no setor ferroviário e incentivou a chegada de imigrantes europeus para o país.
Com relação à questão militar, o presidente teve a preocupação em prestigiar esse setor que havia estabelecido o regime republicano no país. Dessa maneira, destinou recursos para que novos armamentos fossem adquiridos e tornou o serviço militar obrigatório. A Marinha foi agraciada com a compra de novos equipamentos, incluindo a aquisição de encouraçados que reforçariam o poder de fogo das Forças Armadas.
Em 1908, inspirada nos grandes eventos culturais europeus, este governo realizou uma exposição nacional que procurava veicular uma imagem positiva do país com a comemoração do centenário da abertura dos portos brasileiros. No ano seguinte, Afonso Pena tentou articular a indicação do nome que o sucederia na presidência. Contudo, os partidos oligárquicos frustraram seus intentos por conta das dificuldades em alcançar um nome consensual entre as oligarquias.
Faltando apenas um ano para concluir o seu governo, Afonso Pena acabou falecendo. Dessa maneira, o vice-presidente Nilo Peçanha assumiu o governo por um breve período de tempo. Enquanto isso, as oligarquias mineiras e paulistas viviam uma complicada crise hegemônica vivenciada em um agitado processo eleitoral disputado pelas chapas do intelectual baiano Rui Barbosa e o militar Hermes da Fonseca, que acabou vencendo aquelas eleições.



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