Afonso
Augusto Moreira Pena (1847 – 1909) nasceu em Santa Bárbara, Minas Gerais, no dia 30 de novembro
de 1847, filho do imigrante português Domingos José Teixeira Pena e da brasileira
Ana Moreira dos Santos. Diplomado em Direito pela Faculdade de Direito de São
Paulo em 1870, Afonso Pena foi um dos fundadores e diretor, em 1892, da
"Faculdade Livre de Direito" de Minas Gerais, atual Faculdade de
Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Exerceu o mandato de
deputado pelo estado de Minas Gerais, em 1874.
Foi presidente
do Banco do Brasil no período de outubro de 1895 a novembro de 1898.Nos anos
seguintes, enquanto se mantinha como deputado, também ocupou alguns
ministérios: da Guerra (1882), da Agricultura, Comércio e Obras Públicas (1883
e 1884), e da Justiça (1885). Afonso Pena e Rodrigues Alves, seu colega de
faculdade, foram os dois presidentes da república que foram antes conselheiros
do Império do Brasil.É o único membro do Gabinete Imperial de Dom Pedro II que
se tornou Presidente da República do Brasil.
Afonso Pena
presidiu a seguir a Assembleia Constituinte de Minas Gerais, nos primeiros anos
da república. Foi governador
do estado de Minas Gerais entre 1892 e 1894, sendo o primeiro governador de
Minas Gerais a ser eleito pelo voto direto. Foi durante seu governo que se
decidiu pela mudança da capital do estado, de Ouro Preto para a Freguesia do
Curral d'El Rei, hoje Belo Horizonte. Foi senador pelo estado de Minas Gerais.
Em 15 de novembro
de 1903, Rodrigues Alves foi eleito presidente da República tendo Francisco
Silviano de Almeida Brandão como seu vice-presidente. Silviano Brandão faleceu
em setembro de 1902, antes de sua posse. Para ocupar seu lugar, Afonso Pena foi
eleito vice-presidente, em 18 de março de 1903, e, empossado na vice presidência,
em 23 de junho de 1903.
Afonso Pena
foi eleito presidente da república, em 1 de março de 1906, obtendo a quase
totalidade de votos. Obteve 288 285 votos contra 4 865 votos de Lauro Sodré e
207 votos de Rui Barbosa. Nilo Peçanha foi eleito, na mesma data, seu vice-presidente. O governo de
Afonso Pena deu prosseguimento à hegemonia das oligarquias no Brasil, sendo
este, o quarto governo civil do período republicano. Antes de ocupar o mais
alto posto político do país, assumiu outros cargos políticos como deputado,
presidente estadual, senador e vice-presidente da república. Apesar de propor
um projeto de governo amplo, a administração de Afonso Pena esteve
profundamente comprometida aos interesses dos cafeicultores.
Sua chegada ao poder foi possível por meio de um
compromisso político em que garantia concentrar esforços para que as medidas do
Convênio de Taubaté fossem cumpridas. Em meio às constantes variações do
mercado externo, o presidente tentou combater a superprodução cafeeira adotando
medidas drásticas que retiravam milhares de sacas de café do mercado, à espera
de uma possível valorização do produto.
Dessa forma, o
governo enfrentou os obstáculos de uma economia frágil e dependente. No
setor industrial, o seu governo buscou realizar alguns tímidos investimentos em
uma área da economia restringida pela hegemonia oligárquica. Nesse ponto, o
presidente realizou um aumento das taxas alfandegárias que beneficiava o
processo de ampliação dos mercados consumidores da ainda nascente indústria
nacional. Paralelamente, o governo Afonso Pena investiu no setor ferroviário e
incentivou a chegada de imigrantes europeus para o país.
Com relação à
questão militar, o presidente teve a preocupação em prestigiar esse setor que
havia estabelecido o regime republicano no país. Dessa maneira, destinou
recursos para que novos armamentos fossem adquiridos e tornou o serviço militar
obrigatório. A Marinha foi agraciada com a compra de novos equipamentos,
incluindo a aquisição de encouraçados que reforçariam o poder de fogo das
Forças Armadas.
Em 1908,
inspirada nos grandes eventos culturais europeus, este governo realizou uma
exposição nacional que procurava veicular uma imagem positiva do país com a
comemoração do centenário da abertura dos portos brasileiros. No ano seguinte,
Afonso Pena tentou articular a indicação do nome que o sucederia na
presidência. Contudo, os partidos oligárquicos frustraram seus intentos por
conta das dificuldades em alcançar um nome consensual entre as oligarquias.
Faltando
apenas um ano para concluir o seu governo, Afonso Pena acabou falecendo. Dessa
maneira, o vice-presidente Nilo Peçanha assumiu o governo por um breve período
de tempo. Enquanto isso, as oligarquias mineiras e paulistas viviam uma complicada
crise hegemônica vivenciada em um agitado processo eleitoral disputado pelas
chapas do intelectual baiano Rui Barbosa e o militar Hermes da Fonseca, que
acabou vencendo aquelas eleições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário