Nilo Procópio
Peçanha (1867 – 1924) nasceu
na cidade de Campos, no interior do Rio de Janeiro, no dia 2 de outubro de
1867. Era filho de Sebastião de Sousa Peçanha, padeiro, e de Joaquina Anália de
Sá Freire, descendente de uma família importante na política do norte do Rio de
Janeiro. Teve quatro irmãos e duas irmãs. A família era simples e ligada ao campo. A
pele mulata lhe causou uma série de situações desconfortáveis. Foi muitas vezes
subjugado durante sua vida e comenta-se que no seu período como presidente as
fotos oficiais do líder político eram retocadas para fazê-lo parecer dono de
uma pele mais clara.
Iniciou seus estudos de
formação superior na Faculdade de Direito de São Paulo, mas formou-se por fim
na Faculdade de Direito de Recife, em 1887, onde abriu um escritório de
advocacia. Pouco tempo depois retornou para sua cidade natal e foi um dos
fundadores do Clube Republicano, o que o impulsionou para a carreira política.
Antes de tomar posse como
vice-presidente de Afonso Pena em 1906, Nilo Peçanha passou por diversos outros
cargos políticos e esteve presente nos momentos mais marcantes na nascente
República no Brasil. Na Assembleia Nacional Constituinte, durante o governo
provisório do presidente marechal Deodoro da Fonseca, foi um dos deputados. Foi
também governador e Senador pelo estado do Rio de Janeiro em 1903. Na ocasião
da formulação do Convênio de Taubaté, Peçanha foi um dos signatários.
Finalmente em 1906 na posse do
presidente eleito, Afonso Pena, Nilo Peçanha estava presente como
vice-presidente da República. O governo de Afonso Pena foi relativamente
equilibrado economicamente, a maior crise de seu governo se deu em relação ao
seu sucessor na presidência. Afonso Pena preocupou-se muito mais com a
administração do Estado e pouco se importou com as movimentações políticas de
bastidores, especialmente no que implicava na sucessão política. Essa situação
gerou uma crise política chamada de campanha civilista, envolvendo a sucessão.
Por ironia do destino, Afonso Pena foi acometido por uma pneumonia no auge da
crise política e acabou falecendo em 1909, permanecendo alheio ao processo
eletivo que seguiria.
Com a morte do então
presidente, o vice, Nilo Peçanha, automaticamente assumiu o cargo para
completar o mandato. No exercício da função, embora por pouco tempo, Nilo
Peçanha promoveu marcantes medidas para o país. Foi o responsável por
restabelecer os ministérios da Agricultura, Indústria e Comércio, que tinham
sido extintos no mandato presidencial do marechal Floriano Peixoto. Outras
medidas marcantes foram a criação do Serviço de Proteção ao Índio, seguindo
sugestão daquele que seria o primeiro diretor da entidade, o tenente-coronel
Cândido Rondon, e também inaugurou e fez desenvolver o ensino técnico no
Brasil.
Coube a Nilo Peçanha se
empenhar na indicação do sucessor ao posto de Presidente da República. O
indicado por Nilo Peçanha foi o militar gaúcho marechal Hermes da Fonseca; a
campanha foi vitoriosa e apoiada também pelas forças conservadoras das antigas
oligarquias, vencendo Ruy Barbosa, que era o candidato de São Paulo e Bahia.
Quando abandonou a presidência
passando o cargo para Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha se mudou para a Europa
onde viveu entre 1910 e 1912. Seu retorno se deu em função de assumir o posto
mais uma vez de Senador do estado do Rio de Janeiro. Em 1914 foi eleito
governador do Rio de Janeiro, mas não chegou a cumprir todo o mandato, pois foi
nomeado para o Ministério das Relações Exteriores em 1917.
Nilo Peçanha tentou se eleger
presidente mais uma vez em 1921, mas fracassou nas urnas e foi derrotado por
Artur Bernardes. Acabou afastando-se da vida política e faleceu no Rio de
Janeiro em 31 de março de 1924. Foi homenageado batizando a cidade de Nilo
Peçanha, na Bahia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nilo_Peçanha
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