José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu na
cidade de Santos (São Paulo) em 1763. Foi um importante estadista e poeta
(usava o pseudônimo de Américo Elysio em seus poemas). Ficou conhecido como o
“Patriarca da Independência”. Foi um estudante brilhante que se tornou
filósofo, advogado, professor, intelectual, cientista e político. Combateu
Napoleão em Portugal; foi secretário da Academia de Ciências de Lisboa, membro
das mais importantes sociedades de pesquisa da Europa, catedrático de
mineralogia em Coimbra; deputado, vice-presidente da Província de São Paulo,
ministro do Império; exilado político, tutor do imperador Pedro II e
articulador da independência brasileira.
Seu nome de batismo era José Antônio de
Andrada e Silva, filho de Bonifácio José Ribeiro de Andrada com sua prima Maria
Bárbara da Silva. Aos 14 anos seu pai o enviou para São Paulo para estudar
francês, lógica, retórica e metafísica. Concluídos seus estudos na capital, José
Bonifácio seguiu para o Rio, de onde partiu, em 1783, para Portugal.
Matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra e passou a frequentar também
os cursos de filosofia natural e matemática.
Em 1789, já formado em direito e
filosofia, José Bonifácio foi convidado a fazer parte da Academia de Ciências
de Lisboa e graças ao interesse do governo português em formar profissionais em
mineralogia, foi um dos escolhidos para percorrer a Europa. Chegando a Paris em
1790, Bonifácio viu o entusiasmo do povo com a Revolução e com a Declaração dos
Direitos do Homem, promulgada no ano anterior. Tornou-se membro da Sociedade
Filomática de Paris e da Sociedade de História Natural.
Seguiu para a Alemanha, em 1791, onde
fez amizade com o naturalista Alexander von Humboldt e adquiriu a fama de
cientista. Na Suécia e na Noruega, descobriu e descreveu doze novos minerais.
Prosseguiu a viagem e tornou-se membro de academias científicas em Berlim,
Viena, Estocolmo, Londres e Edimburgo. Ao fim da viagem de estudos que durou dez
anos, casou-se com Narcisa Emília O'Leary, regressando a Portugal em 1800, onde
passou a lecionar em Coimbra.
Em 1808, Napoleão invadiu Portugal e a
família real retirou-se para o Brasil. José Bonifácio tornou-se um dos líderes
de um movimento clandestino de libertação, o "Corpo Voluntário
Acadêmico". Como militar, ele chegou ao posto de tenente-coronel e
comandou tropas de infantaria. Quando os franceses se retiraram, Bonifácio
retornou às suas funções científicas e ligou-se à Maçonaria. Em 1817 soube da
revolução de Pernambuco e da prisão de seu irmão Antônio Carlos.
Com 56 anos de idade, José Bonifácio
voltou para o Brasil com sua família. Após breve passagem pelo Rio de Janeiro,
chegou a Santos. Em Portugal, os liberais tinham realizado uma revolução e
exigiam a volta do rei e uma Constituição. Em abril de 1821, dom João 6o voltou
para Portugal, deixando dom Pedro como Regente. Antes de partir convocou
eleições, para que se formassem nas províncias as juntas governativas
constitucionais. Os presos da revolução pernambucana de 1817 foram libertados
e, entre eles, Antônio Carlos de Andrada e Silva.
José Bonifácio foi escolhido para
presidir a eleição em São Paulo e se tornou um líder político, assumindo a
vice-presidência da Junta Governativa. Quando chegou ao Brasil a ordem para o
príncipe-regente retornar à Europa, José Bonifácio enviou a dom Pedro a
exigência de que ele permanecesse no Brasil. Sua carta foi recebida a 2 de
janeiro de 1822. No dia 9, José Clemente Pereira, presidente da Câmara do Rio
de Janeiro, pediu o mesmo. Dom Pedro, sentindo-se apoiado, respondeu a Clemente
Pereira: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou
pronto: diga ao povo que fico".
José Bonifácio foi nomeado ministro do
Reino e de Estrangeiros. Seu maior desafio estaria ligado à Maçonaria. Enquanto
Gonçalves Ledo exigia a convocação de uma Constituinte, José Bonifácio preferia
aguardar as iniciativas do Governo que levariam à independência. Ledo destituiu
José Bonifácio de suas funções na Maçonaria, nomeando dom Pedro para o seu
lugar. O ministro respondeu fundando o "Apostolado", com o fim de
promover "a independência do Brasil". No dia 3 de junho, a
Constituinte brasileira era convocada por dom Pedro. José Bonifácio propôs
várias medidas visando a garantir a autonomia brasileira.
No final de julho de 1822, Portugal
declarava o embargo de armas para o Brasil e reparava o envio de tropas para
impor respeito às suas decisões. Dom Pedro repeliu as exigências portuguesas e
José Bonifácio, procurando o apoio internacional, enviou delegados a Londres,
Paris e Washington, e fortaleceu a aliança com os governos sul-americanos, em
particular com a Argentina.
Em agosto, as decisões de Lisboa procuravam
reduzir a autoridade do príncipe-regente. Em resposta, dom Pedro formalizou a
independência a 7 de setembro.
A Assembleia Constituinte iniciou seus
trabalhos em maio de 1823. José Bonifácio não confiava na Assembleia, e ainda
tinha a inimizade da Marquesa de Santos. Sob pressão, dom Pedro forçou a
demissão de Bonifácio, que permaneceu na Corte para apoiar seu irmão Antônio
Carlos, também deputado, que seria o principal autor da Constituição que estava
sendo elaborada. José Bonifácio acabou subscrevendo o projeto, embora duvidasse
da capacidade dos membros da Assembleia.
Enquanto isso, em Portugal, um golpe
dissolvera a Constituinte e restabelecera o domínio de Dom João 6o. Logo
surgiram rumores de uma nova união de Portugal com o Brasil. Declarada a crise
política, Pedro 1o dissolveu a Constituinte. José Bonifácio, seus irmãos e
outros deputados foram presos e deportados. Exilado no Sul da França, José
Bonifácio criticava dom Pedro 1o, que já havia declarado sua inocência, embora
não o tivesse chamado de volta.
Só em julho de 1829 José Bonifácio
regressou ao País. Dom Pedro, forçado a abdicar no dia 7 de abril de 1831,
deixou-o como tutor dos filhos. Os liberais, tendo à frente Feijó, então
ministro da Justiça, exigiu que a Câmara o destituísse da tutoria. O Senado
rejeitou o pedido, levando Feijó a demitir-se. No entanto, acusado de tentar
promover a volta de dom Pedro 1o, com intuito de tornar este regente durante a
adolescência de dom Pedro 2o, Bonifácio foi preso em 15 de dezembro de 1833, e mandado
para a Ilha de Paquetá.
Mais tarde foi absolvido, passando a
residir em Niterói, onde morreu no dia 06 de abril de 1838.
FONTE:
http://educacao.uol.com.br/biografias/jose-bonifacio-andrada-e-silva.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/jose-bonifacio-andrada-e-silva.htm
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